França eleva ameaça para nível máximo após atentado em Moscou

Reivindicação do Estado Islâmico-Khorasan e ameaças geram preocupação antes dos Jogos Olímpicos em Paris

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O primeiro-ministro da França, Attal, anunciou nas redes sociais a elevação da ameaça para o nível máximo, diante da reivindicação do atentado pelo grupo Estado Islâmico e das ameaças que pairam sobre o país. O presidente Macron presidiu uma reunião do Conselho de Defesa para discutir o ataque nos arredores de Moscou e suas consequências, a apenas quatro meses do início dos Jogos Olímpicos em Paris.

 

 

A reivindicação do atentado em Moscou foi feita pelo Estado Islâmico-Khorasan, uma organização que representa uma ameaça à França e que esteve envolvida em atentados recentes abortados em vários países europeus, incluindo França e Alemanha, divulgou o gabinete do primeiro-ministro em comunicado.

 

O alerta de segurança havia sido reduzido para a categoria 2 em janeiro, indicando "segurança reforçada", sendo o penúltimo nível de três. Porém, diante da urgência máxima, o governo francês está autorizado a tomar medidas excepcionais, como o fechamento de estradas, do metrô e a proibição de viagens escolares, por exemplo. O primeiro-ministro solicitou uma reunião nesta segunda-feira, convocando todos os serviços de segurança afetados pelo aumento do nível de Vigipirate, sob a coordenação do secretário-geral da Defesa e Segurança Nacional.

 

O dispositivo contra atentados na França, conhecido como Vigipirate e em vigor desde 1978, inclui mais de 300 medidas, muitas delas confidenciais. Ele abrange 13 áreas, como saúde, cibersegurança, sistemas de alerta e mobilização. Além disso, oferece conselhos comportamentais, como treinamentos nas escolas em caso de atentado. Em paralelo, a Operação Sentinela mobiliza 7 mil soldados, com outros 3.000 em alerta permanente. Essas medidas foram reforçadas após os trágicos atentados de novembro de 2015, que deixaram 236 mortos em Paris.

 

O ataque ocorrido na sexta-feira (22/3) na prefeitura de Crocus, perto de Moscou, resultou em pelo menos 137 mortos e 182 feridos, de acordo com o balanço mais recente. Os investigadores ainda estão vasculhando os escombros do edifício da casa de shows, que foi destruído por um grande incêndio iniciado pelos agressores. O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) reivindicou a autoria do ataque, embora Moscou ainda não tenha acusado oficialmente o grupo.

 

No sábado, o presidente russo, Vladimir Putin, informou que os suspeitos foram detidos "quando se dirigiam para a Ucrânia". Já o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou seu homólogo russo de tentar "transferir a culpa" para seu país. Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, afirmou que o EI tem "responsabilidade exclusiva" pelo massacre e que não houve "envolvimento ucraniano". Este ataque é o mais mortal na Rússia nas últimas duas décadas.